terça-feira, 21 de dezembro de 2010

PRESUNÇÃO DE ESTUPRO DE INVIOLÁVEL COM O ADVENTO DAS MODIFICAÇÕES PROVOCADAS NO CÓDIGO PENAL PELA LEI 12.015, de 07 de agosto de 2009



COM O INTUITO DE IDENTIFICAR O CRIME, CONSIDERE UM CASO ALEATÓRIO ONDE O AGENTE QUE EMPREGA VIOLÊNCIA, GRAVE AMEAÇA, OU FRAUDE PARA REDUZIR A VÍTIMA MAIOR DE 14 ANOS A UMA CONDIÇÃO EM QUE ESTA NÃO PODE OFERECER RESISTÊNCIA E PRATICA COM ESTA CONJUNÇÃO CARNAL.

A Lei 12.015, de 07 de agosto de 2009, modificou substancialmente o tratamento legal dos chamados “crimes sexuais”. Diversas foram as alterações nos aspectos penais das conhecidas infrações contra os costumes, a começar pela modificação redacional do Título VI, da Parte Especial do Diploma repressivo, antes chamado “dos crimes contra os costumes” agora chamado “dos crimes contra a dignidade sexual”.
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
Não é possível a utilização do artigo 213, mesmo quando este evidencia que a vítima seja submetida à violência ou grave ameaça com a finalidade de com ela manter-se conjunção carnal, a complexidade se dá quando se observa a palavra “constranger” no caput do art. 213, de modo que, constranger pode ser configurado como o tolhimento da liberdade, ou a atitude de forçar ou coagir a vítima. Entretanto, o legislador não necessariamente preceitua a condição em que a vítima não possa oferecer resistência, e o caso supracitado é enfático neste ponto, ou seja, apenas o art. 217-A é explicitamente cabível, pois, esquadrinha a situação onde a vítima é impedida ou dificultada de manifestar livremente sua vontade e este fato se dá não só por fraude, contudo, por “qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.” Nesta conjuntura, exemplos nos quais o caso aconteça onde as vítimas possam estar embriagadas, drogadas ou sedadas podem ser alvos do disposto no referido artigo.
Por causa da ampliação do tipo, as vítimas deixarão de serem sujeitas ao estupro, passando a serem sujeitos passivos de estupro de inviolável. Se a pessoa não puder oferecer resistência é vulnerável. É importante, em cada caso concreto, avaliar a superioridade de forças do agente, apta a configurar a vulnerabilidade através da violência ou fraude.
O texto do revogado artigo 224, passou a integrar quase que literalmente a descrição típica do artigo 217-A do Código Penal. A princípio, cabe transcrever os dois textos legais para melhor compreensão do tema:

Neste caso, não se leva em conta a eventual concordância dos sujeitos passivos com o ato sexual, pois, entende-se que são incapazes – pelos motivos supracitados no § 1º –, de compreender ou resistir o delito. Trata-se de uma presunção, mesmo quando o legislador decidiu expressamente não falar em presunção. Pois, alguém nesta conjuntura em que não possa oferecer resistência, não tem condições óbvias de defesa, concluindo-se então a configuração de vulnerabilidade. Nesta esteira, observa Guilherme de Souza Nucci que: “Assim fazendo, o que se pretende é inserir, tacitamente, sem falar em presunção – um termo que sempre gerou polêmica em direito penal, pois atuava contra os interesses do réu –, a coação psicológica no tipo idealizado.” Assim, objetivando uma ou outra finalidade, a lei penal agora edificou sob o prisma da redação da norma penal incriminadora a conduta que antes era considerada criminosa por presunção legal.

Por, Ulisses Juliano





Bibliografia


MIRABETE, Julio Fabrinni. Manual de direito penal. Parte especial Arts. 121 a 234b do cp. – 27. São Paulo: Atlas, 2010.

NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito penal: parte especial. – 4. Ed. – São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.

CARUSO, Gianfranco Silva. A Lei n°12.015/09: reflexos para além dos crimes sexuais. Direito Unisal, São Paulo, 03 de novembro 2010. Disponível em: http://www.direitounisal.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2010/03/10ed02.pdf. Acesso em: 09 dez. 2010.

JOVELI, José Luiz. Breves considerações sobre a noviça Lei 12.015, de 7 de agosto de 2009 – A questão da corrupção de menores. Disponível em: http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20090813094254785. Acesso em 09 de dezembro de 2010.

PEREIRA, Pedro. Observações à Lei nº 12.015 de 07 de agosto de 2009. Disponível em: http://www.jusvi.com/artigos/41963/2. Acesso em 09 de dezembro de 2010.

DEIXEI DE SER AQUELE QUE ESPERAVA

Deixei de ser aquele que esperava,
Isto é, deixei de ser quem nunca fui...
Entre onda e onda a onda não se cava,
E tudo, em ser conjunto, dura e flui.

A seta treme, pois que, na ampla aljava,
O presente ao futuro cria e inclui.
Se os mares erguem sua fúria brava
É que a futura paz seu rastro obstrui.

Tudo depende do que não existe.
Por isso meu ser mudo se converte
Na própria semelhança, austero e triste.

Nada me explica. Nada me pertence.
E sobre tudo a lua alheia verte
A luz que tudo dissipa e nada vence.

(Fernando Pessoa)

domingo, 12 de dezembro de 2010

JESUS NÃO É EVANGÉLICO


Poucos personagens históricos foram tão mal interpretados quanto Jesus, tanto na sua época como hoje. É necessário o desenvolvimento de um equilíbrio fundamentado solidamente nas Escrituras, para que as distorções de quase vinte séculos de tradições não nos solapem a alma a conclusões equivocadas sobre aquEle que É, que era e que há de vir.

Jesus nunca se submeteu às convenções humanas de ética para um bom viver, Ele amava e não se mimetizava aos chavões evangélicos que foram a Ele atribuídos. Não havia hipocrisia nEle, nunca houve meio termo, sempre Verdade embebida em graça.

Nós os evangélicos, estamos constantemente tentando "constranger" Jesus a se enquadrar em nossas religiosidades fabricadas por interesses ambíguos e contemporâneos. A maior oposição que Jesus enfrentou não veio dos pecadores e publicanos, mas sim dos líderes religiosos que enxergavam-no como uma ameaça à sua autoridade. A igreja promove uma santidade inatingível e as pessoas ficam entre a hipocrisia de ser e a angustiosa culpa de não ser. Nosso "sim" está sempre sujeito às tendências, de modo que a moral, a ética, a integridade estão ajustadas ao que atualmente é convencionado, ou seja, estamos sempre pervertendo o "sim e o não" de acordo com as nossas necessidades, e para isso utilizamos sempre o nome de Jesus como "testa de ferro" de nossas idiocracias. Vivemos cada qual ao nosso modo, vidas secas, estéreis, vazias de Deus, de modo que, julgamos a todos quantos não se enquadram em nosso padrão evangélico de ser. Somos os portadores da espada da justiça, criamos ritos e liturgias e oficializamos momentos de espiritualidade tornando o viver numa cerimônia com o intuito de nos alienar do mundo, obcecados que somos por pormenores puristas, detalhistas e cheios de preconceitos, dominados pela idéia de construção de uma teocracia na terra. Exteriorizar é uma prática comum e necessária em nosso meio, a fim de que todos possam visualizar nossos "fetiches" espirituais, sem, contudo, experimentarmos a convivência com o Eterno.

Jesus nos convida a seguir princípios imutáveis e ao mesmo tempo sermos livres para escolher. Não importa 'o que' ou 'como', você sempre pode contar com os princípios do evangelho para responder às adversidades da vida. Há uma exigência vital por respostas, por soluções, por completudes, contudo, a maioria de nós apenas "vai levando". Se omitindo da existência ao esgueiramo-nos nos recônditos do cristianismo religioso e mecânico. No final das contas, o evangelho nos constrange a crescer para nos tornarmos nosso próprio juiz, mentor e cobrador e eu tenho convicção de que este será o objetivo mais difícil de nossas vidas, pois, exige responsabilidade e compromisso. Não estamos acostumados a estas palavras, mas sim com a idéia de que "o pastor que ore por mim", ou o "líder que decida o que é melhor", "eu apenas sigo", "apenas participo", "não preciso assumir posicionamentos concretos". No discipulado há uma lei básica: a pessoa é livre para tudo, só não é livre para deixar de escolher.

Não há alternativas, o homem tem que estruturar a sua vida única e exclusivamente sobre o evangelho. Não há outra base, só há uma rocha firme, uma pedra angular sobre a qual edificamos nossa existência. Não obstante, na maioria das vezes, nossas mensagens atuais não é esta, mas sim a de mercantilizar o evangelho, de estabelecer regras e preceitos para que somente assim o homem tenha condição de acessar a graça, mediante o cumprimento de uma série de requisitos de determinada denominação para que se forme uma "raça de eleitos", de "seres perfeitos", aos quais denominamos de evangélicos.

Jesus não veio preconizar uma crença, uma nova religião ou uma filosofia de vida, pois, tudo isso são sistematizações arrogantes e tolas que se perdem com o passar do tempo. Jesus não é evangélico, islâmico, budista ou de qualquer religião. Ele veio revelar o mistério, Ele veio para que o homem pudesse experimentar a fé que suporta os conflitos da existencialidade no passado, no presente e no porvir. Essa fé que não se sujeita a uma denominação ou a um título clerical, pois, é disponível a todos que desejam ir além da superficialidade religiosa e experimentar o mistério da graça que permanece em segredo aos que insistem em ativar mecanismos ao invés de se dobrar com a alma quebrantada diante do amor imensurável do Criador.

Eu não estou aqui defendendo Jesus, pois, Ele não precisa de defesa, o Eterno se defende ou Deus não é Deus afinal? Então, o que desejo dizer com tudo isso?
Ora, também não estou conclamando ninguém a sair de sua igreja ou a se revoltar contra suas lideranças, estou apenas repetindo o que Jesus sempre afirmou: viver pela fé, afeta de tal modo a existência humana, que constrange sem alardes, sem pressões, sem manipulações ou tirania, o homem a viver abundantemente e ao mesmo tempo simplesmente como Jesus.

Devemos ser o elemento diferenciador de nossa sociedade, trazendo tempero à realidade, pois, o mundo está insípido e amargo e necessita de sal, de alegria, de prazer, de graça. Minha oração é de que você experimente, de uma vez por todas, o Deus ao qual você afirma seguir. a fé verdadeira e salvadora não pode basear-se inteiramente na "religião", mas deve ser centrada na pessoa e no exemplo de Jesus.

Por,
Ulisses Juliano

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O STF REVELA O SEU SIGILO

Nesta última quinta-feira (25/11/2010), o Supremo Tribunal Federal (STF) cassou medida liminar, que impedia a quebra de sigilo bancário da GVA Indústria e Comércio S/A pela Receita Federal por 6 votos a 4. A cautelar tinha o objetivo de dar efeito suspensivo ao Recurso Extraordinário interposto na Corte pela própria empresa.

Com esta decisão o Supremo decide que fiscais da Receita podem acessar os dados bancários dos contribuintes sem autorização prévia da Justiça. Desde janeiro de 2001, uma lei permite que os fiscais da Receita Federal acessem dados sobre a movimentação bancária de qualquer pessoa ou empresa sem necessidade de autorização judicial.

A matéria tem origem em comunicado feito pelo Banco Santander à empresa GVA Indústria e Comércio S/A, informando que a Delegacia da Receita Federal do Brasil – com amparo na Lei Complementar nº 105/01 – havia determinado àquela instituição financeira, em mandado de procedimento fiscal, a entrega de extratos e demais documentos pertinentes à movimentação bancária da empresa relativamente ao período de 1998 a julho de 2001. O Banco Santander cientificou a empresa que, em virtude de tal mandado, iria fornecer os dados bancários em questão.

A justificativa do tribunal para essa medida, portanto, foi que a Receita Federal pode utilizar de uma exímia ferramenta contra os sonegadores habituais que minam os cofres públicos por todo o país. Contudo, Celso de Mello, um dos quatro ministro que votaram contra a lei, afirmou que a inviolabilidade do sigilo de dados prevista pela Constituição Federal “torna essencial que as exceções derrogatórias da prevalência desse postulado só possam emanar de órgãos estatais, dos órgãos do Poder Judiciário, ordinariamente, e das Comissões Parlamentares de Inquérito, excepcionalmente, aos quais a própria Constituição da República – não uma simples lei ordinária, não qualquer lei complementar – outorgou essa especial prerrogativa de ordem jurídica”.

Por sua vez, a ministra Ellen Gracie, foi contundente ao ressaltar que “tratando-se do acesso do Fisco às movimentações bancárias de contribuinte, não há que se falar em vedação da exposição da vida privada ao domínio público, pois isso não ocorre. Os dados ou informações passam da instituição financeira ao Fisco, mantendo-se o sigilo que os preserva do conhecimento público”.

Para alguns juristas o posicionamento do Supremo é um retrocesso, visto que, a jurisprudência pacífica do STF era que a Receita não tinha direito ao acesso, a não ser com autorização do Judiciário. Não obstante, para outros, a decisão é positiva, pois, trata-se de um mecanismo importantíssimo para combater a sonegação, desde que não haja vazamentos.

As controvérsias giram em torno de casos onde fiscais utilizaram deste aparato para municiar dossiês de vários candidatos durante a última campanha eleitoral comprometendo a lisura deste exercício democrático, com quebras de sigilos não só de candidatos, como de pessoas ligadas a estes. Contudo, há que se compreender que, de fato, se as informações não se tornarem públicas, o contribuinte terá resguardado o direito à privacidade e a Receita obterá dados melhores sobre todos nós.

Por,
Ulisses Juliano
Acadêmico do Curso de Direito das Faculdades ESPAM/PROJEÇÃO
Brasília-DF


Fonte: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=166787&caixaBusca=N

terça-feira, 9 de novembro de 2010

DEUS NÃO OUVE NOSSAS ORAÇÕES


Deus revela a Isaías um segredo: EU NÃO OUÇO A ORAÇÃO QUE O POVO ESTÁ FAZENDO! Essa informação é aterradora e ao profeta o Eterno esclareceu o porque de certas orações não são ouvidas e nunca serem atendidas.

Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados.Mesmo neste estado, ainda me procuram dia a dia, têm prazer em saber os meus caminhos; como povo que pratica a justiça e não deixa o direito do seu Deus, perguntam-me pelos direitos da justiça, têm prazer em se chegar a Deus, dizendo: Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta? Eis que, no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho. Eis que jejuais para contendas e rixas e para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará ouvir a vossa voz no alto. Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aceitável ao SENHOR? Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante? Então, romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda; então, clamarás, e o SENHOR te responderá; gritarás por socorro, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o dedo que ameaça, o falar injurioso; se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. O SENHOR te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais faltam. Os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de muitas gerações e serás chamado reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país se torne habitável. Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nãopretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então, te deleitarás no SENHOR. Eu te farei cavalgar sobre os altos da terra e te sustentarei com a herança de Jacó, teu pai, porque a boca do SENHOR o disse. 1

Tinha toda uma galera em Israel que orava exatamente como a maioria de nós - incluindo a mim - oramos hoje. Deus dá o recado através de Isaías e deixa bem claro que conquanto todos aqueles que oram e jejuam naquelas circunstâncias, Ele não tem a mínima intenção de respondê-los e nem de ouvi-los.
O pessoal dá uma cartada em Deus: "Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta?"
Não obstante Deus destaca que esse amor tem que ser muito mais do que dar esmolas, veja você: "que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo?"
Deus deixa claro que o amor tem que ser ativo, atuante, participativo. Temos que ir naqueles que estão sendo vítimas da impiedade e libertá-los, desfazer as algemas que prendem e despedaçar o jugo que inclusive nós mesmo colocamos sobre os outros. Nossas atitudes condizem com nossas palavras, com nossas orações? Se nossas orações não corresponderem nossas atitudes em relação ao outro, nenhuma palavra será atendida.

Carlos Bregantim escreveu certa vez "Gosto dos que dizem: Estou orando por você, mas, prefiro os que vão alem e chegam perto e dizem: Vim pra ficar com você."
Ora, o cristão deve tentar usar todos os eventos de sua vida diária para transformar os que estão à sua volta. Contudo, sabemos que isso só se dá por amor, mas também sei que estar no evangelho é experimentar encontros diários com contradições envolvido na fé que move qualquer montanha.

Sua vida com Deus se inicia com oração. Quanto mais tempo você passar com Cristo, mais você agirá como Ele. As pessoas são importantes para Jesus, a compaixão dele começarão a se manifestar através de você. Você pode desfrutar de Deus, pois foi para isto que Ele o criou. Você sentirá a companhia, o carinho, o cuidado, o zelo, as misericórdias e o amor dEle. Ele o convida para uma vida mais abundante.
Qual nossa verdadeira motivação por trás de nossas orações?
O que fica claro nisso tudo é que na oração é melhor ter um coração sem palavras do que palavras sem coração.


Assim é "porque a boca do Senhor o disse!"

Por, Ulisses Juliano


1. Isaías 58

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

LUGAR DE HOMOSSEXUAL É NA IGREJA


Eu era moleque ainda quando li o novo testamento pela primeira vez. Encontrei um pastor e disse a ele: “Jesus nunca entraria na sua igreja.” Ele assustado me questionou o porquê e eu respondi: “Porque Ele não tem nada a ver com o ‘Jesus’ que o senhor prega.” Naquela época o que eu acreditava ser aberração era excluir um membro da igreja por este possuir uma televisão, ou a preocupação com o tamanho da saia das mulheres, o cumprimento do cabelo e por aí vai as loucuras impensáveis para nós hoje em dia. Hoje a preocupação é com o movimento gay. Quase que todas as lideranças eclesiásticas que conheço estão desesperadas por causa do impacto que os homossexuais estão causando na sociedade, de modo que, a igreja de um modo geral se sente ameaçada e iniciou uma nova “caça as bruxas”.

Evidentemente, não concordo com o pecado, contudo, tenho convicção que não é por ser cristão que tenho que ser inimigo de alguém que tem uma opção sexual diferente, pelo contrário, Jesus ia ao encontro de todos independente da classe social, de opções ou de lugares. Jesus ia e o seu amor transformava as pessoas. O problema de hoje em dia, é que nós queremos distância de todos aqueles que taxamos como diferentes. A igreja deve ser um lugar de transformação e liberdade, sua bandeira tem de ser convidar a todos para entrarem em seus templos confiadamente de que o evangelho é poderoso para salvar, de que o Espírito Santo tem poder de verdade para transformar o ser humano. No entanto, estamos fazendo exatamente o oposto, antes mesmo deles se aproximarem nós já os excluímos, fazemos uma espécie de redoma espiritual, na qual os homossexuais não podem adentrar e ficamos confinados como seres especiais dentro da tal redoma para não nos contaminarmos. A questão é que nós deveríamos ser o sal da terra, ou seja, a nós foi dada a incumbência de temperar, de dar sabor à vida, nós devemos oferecer o evangelho como alimento à alma de todos quantos desejam e necessitam da graça. A igreja deve apenas pregar a Cruz e ajudar o indivíduo a caminhar, pois, o Espírito Santo ainda hoje fala e creio que todo aquele que ouviu a Voz do Chamado para crer deve crescer e se entender com Aquele que o chamou e não comigo ou com alguma denominação. Ninguém está apto para julgar a alma de outrem, e muito menos afastar do convívio cristão alguém que seja “diferente”. A Graça de Deus não gera libertinagem nunca. E se alguém não se ajudar e não for ajudado na Graça do Espírito do Evangelho de Cristo não o será por mais ninguém e por nenhum outro poder da Terra.

Estamos constantemente em espírito de inimizade, afastando quando deveríamos atrair, constrangendo quando deveríamos acolher. A proposta do evangelho é outra, a palavra de Jesus continua a mesma: “Vinde a mim todos...”
O evangelho é O Caminho que faz com que o ser humano tenha a imagem de Cristo. Mas como ocorre esta mudança? Deus nos ama do jeito que somos, mas não nos deixa da mesma maneira. Ele quer que sejamos como Jesus. De modo que, Ele é quem salva, ele é quem liberta, Ele é quem transforma. Um dia fomos amados e perdoados, por que hoje nós recusamos a amar e perdoar?

Portanto, o lugar de todos inclusive os homossexuais é a igreja, é lá que eles devem ser acolhidos e aceitos para experimentarem a verdade transformadora do evangelho.

O amor se manifesta em ação.

Por,

Ulisses Juliano

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

EM QUE NOS PARECEMOS COM LÚCIFER?


A pior parte do pensamento religioso é se apropriar das nossas melhores ambições e as utilizar contra nós. Em determinadas circunstâncias, as pessoas que estão tentando ser mais leais a Deus, na verdade, se tornam mais escravas dos próprios apetites e desejos. Foi exatamente o que aconteceu com Lúcifer. O mal tem caras diferentes, mas é essencialmente o mesmo, anjos e homens rebelados não passam de criaturas em revolta contra Deus. E, em ambos os casos, a atitude de enfrentar a Deus nasce da mesma fonte que é o desejo de autonomia em relação ao Eterno.

Lúcifer queria ser como Deus, o que é exatamente o que Deus quer para nós, essa é a proposta do evangelho, sermos imagem e semelhança dEle. O anjo de luz não desejava lutar contra Deus, entretanto, desejou o brilho da glória de Deus pela glorificação de seu ego. Isso ocorre todos os dias em quase todos os lugares, especialmente nos ambientes religiosos onde há pessoas que se sentem divinamente elevadas, moralmente formosas, perfeitas em conduta, exaltadas no status da fé, insaciáveis em suas ambições religiosas, e pretensamente possuidoras de todas as revelações de Deus. Essas eram as características de Lúcifer, leia depois o capítulo 28 do livro do profeta Ezequiel.

Paulo sempre viu três caminhos nessa vida, quando a maioria de nós apenas reconhece dois. Tendemos a pensar nossas vidas como uma escolha básica entre fazer o mal e fazer o bem, vivemos constantemente entre esses dois pólos. Não obstante, Paulo via dois modos distintos de se exercer o bem: um nos faz se esforçar, oferecer nosso melhor, e fazer tudo quanto for necessário para nos submetermos às leis de Deus. Essa é a opção que a maioria escolhe, contudo, todos que escolhem assim falham sempre, inclusive Paulo. Mesmo quando se descrevia como seguidor de todas as leis de Deus externamente Paulo fomentava ódio e ira em seu coração. Ele usou a sua fé e sua religião para adaptar seu comportamento externo de maneira a acatar as leis, mas isso somente aprofundava ainda mais seus problemas. Sua intensidade em fazer o que era lícito de acordo às suas forças, fez com que ele perseguisse e assassinasse os cristãos em nome de Deus. Compreende o paradoxo?

Mas, Paulo nos ensina que o outro modo de viver com Deus é que todas as nossas falhas resultam do fato de não confiarmos a Deus a tarefa de cuidar de nós. À medida que Paulo foi se relacionando com o Eterno, descobriu que podia confiar no Seu amor por ele. Quanto mais confiava no amor de Deus, mais liberto se via dos desejos que o consumiam, até concluir que tudo cooperava para o seu bem. Portanto, não era por qualquer tipo de força que ele haveria de se tornar semelhante a Cristo, mas apenas experimentar viver pela fé, ou seja, viver com a convicção que o trabalho é dEle e o nosso trabalho é descansar nEle. Nós somos as ovelhas e é Deus o Bom Pastor, vejo constantemente várias pessoas tentando inverter os papéis, é um absurdo a ovelha pensar que pode ensinar, guiar, ou ajudar o Pastor. Estamos aqui para viver a graça do evangelho e Ele só quer que vivamos a vida de forma a concluí-la na perspectiva de uma existência que honrou a Ele, é preciso dedicá-la ao único Deus, que É para todo o sempre.

O evangelho nos constrange a viver na fé que serve para o nosso hoje e garante-nos eternamente. Isso não vem de nós, ninguém pode produzir essa fé. É uma dádiva, um carinho, um presente dEle a nós, portanto, a fé não precisa ser imensa, precisa ser experimentável diariamente com suficiência para preencher as frestas abertas pelas incertezas, inseguranças, duvidas e medos, esta fé que nos ampara em cada dia, pois, todos os dias estamos nas mãos dEle.

Se assim for, seremos tal como Ele é, pois, é assim que é o evangelho.

Por, Ulisses Juliano