"Confeccionamos" nossos relacionamentos e os moldamos de acordo com nossas necessidades. Nem sempre importa o que meu próximo, meu amigo(a), meu amado(a) precisa, o essencial, muitas das vezes, é o que eu quero.
Máscaras, são tantas quantas forem necessárias.
Somos assim.
Infelizmente somos moldados por nosso contexto social e isso nos leva a situações de sobrevivência em um mundo onde se amamos, queremos escravizar sentimentalmente a outra pessoa, ou ainda, se nos aproximamos, é porque o outro tem algo que me é útil.
Andamos armados na alma, prontos para revidar, acusar, massacrar a quem tiver a audácia de nos contrapor. Não há diálogo, não há respeito, não há entendimento, todo o espaço é preenchido por vingança, rancor, traumas e ressentimentos. Não era para ser assim, não foi para isso que nascemos. Mas é assim que é. Infelizmente isso se torna um ciclo no qual um dia somos os autores e em outro somos as vítimas desse sistema vil.
Relacionamentos são desfeitos, famílias desestruturam-se, pais contra filhos, irmãos contra irmãos, amigos se tornam inimigos, laços são quebrados, corações partidos e vidas experimentam o fel da dor, do desprezo, da solidão, da culpa, do medo, da vergonha e de tudo o que é gerado nestas circunstâncias.
Qual o antíodoto? Qual a solução? Como equacionar esse dilema?
Não é simples, não há uma resposta óbvia para circunstâncias complexas que nos são apresentadas em nosso dia a dia. É por isso que Jesus nos convida a oferecer a outra face, a padecer com Ele, a experimentar a fé não só nos momentos bons, mas também no cotidiano, nos relacionamentos, nas mesas de jantar, nos bate papos entre amigos, nos nossos encontros e desencontros.
Neste mundo teremos aflicões, contudo, precisamos ter ânimo bom para enfrentar a vida de peito aberto, de coração sincero, de abraços reconciliadores, de lágrimas honestas, de sorrisos puros. Não há promessas de carros novos, não há profecias de chave de casas ou de casamentos perfeitos, o que há, é a convicção de que em todos os dias, sejam eles bons ou maus, o Eterno estará conosco, nos consolando, nos edificando, nos guiando neste mundo onde o amor não pode ceder ao ódio.
No evangelho só há uma Porta, não obstante ela sempre será o acesso ao recomeço. Isso não significa que tudo tem que ser do mesmo jeito tal como antes, mas sim que podemos bater a poeira e começar uma nova caminhada.
A Porta sempre está aberta a quem quiser andar pela fé. Experimenta!
Por,
Ulisses Juliano