
Qualquer homem quer uma mulher legal, inteligente, sexy, bonita e bem versada. Ficamos com ela uma vez, duas e inicia-se uma relação estável. Buscamos ela na faculdade, vamos ao cinema juntos, apresentamos aos amigos, compramos pequenos presentes... tudo básico, até virar uma rotina sem graça.
É inexplicável que de uma hora para outra ficamos com inveja daqueles caras que estão solteiros, bem humorados, indo para a noite, sem nenhuma responsabilidade ou envolvido com um relacionamento sério. Sentimos falta de dar aquelas cantadas infalíveis, das trocas de olhares, da dança, do clima de caça e das conquistas.
A cabeça nesse momento está um turbilhão, daí pensamos que não estamos pronto para mantermos um relacionamento para o resto da vida, não agora, somos tão jovens, há tantas coisas para se descobrir, para se experimentar e nesse momento aquela garota perfeita, pela qual procurávamos e estávamos apaixonados se transforma numa mala e aos poucos vamos permitindo que surja uma aversão a ela e quando você menos espera não está mais com vontade de atender as chamadas dela, não se sente à vontade em sua companhia e começamos a ser grossos, arrogantes e a pobre mulher começa a se questionar onde falhou.
Ela não falhou em nada, o problema é justamente esse, nós é quem somos falhos, perversos e simplesmente abandonamos o relacionamento para voltar a velha vida que até a alguns meses atrás odiávamos. Não vemos a hora de se desvenciliar do relacionamento e arrasar, sair com todas quantas pudermos.
Ilusão.
Chegamos em casa depois de um encontro e percebemos que por mais mulheres que temos disponíveis, estamos sozinhos e insatisfeitos. Voltamos a pensar em como era bom simplesmente deitar no colo de nossa namorada, de assistir um filme juntos, de uma conversa simples e despretenciosa, percebemos que os defeitos dela eram todos superáveis e que ela nos dava valor e nos respeitava.
Enquanto isso, a mulher dos nossos sonhos ainda tenta entender o que aconteceu para a deixarmos para trás, está chateada, infeliz e essa angústia se transforma em raiva. Ela se acha infantil, se sente deslocada e resolve mudar, se adaptar a esse mundo e sai agora apenas para curtir outros caras, resolve não mais se envolver para não sofrer e assim nós transformamos aquela garota perfeita em uma monstra.
Em contra partida, nos arrependemos e queremos novamente ter um relacionamento sério e maduro, mas por incrível que nos pareça as mulheres só querem homens cafajestes, não querem se relacionar, se envolver, apenas curtir loucamente a vida.
A mulher da noite de hoje era a nossa ex-boa menina e está fazendo com outros homens exatamente o que fizemos a elas. Nós a perdemos, ela se perdeu, todos perdem, pois, não há vencedores nessa brincadeira de gente grande.
Por, Ulisses Juliano
