quinta-feira, 29 de julho de 2010

A FÉ QUE NÃO MOVE MONTANHAS


Muito maior do que operar milagres, mover montanhas, aumentar a conta bancária, proporcionar maravilhas e curas. Deus nos convida a desenvolver uma fé na qual nós possamos nos sustentar. Uma fé que independente das intempéries da vida, não retrocede. Uma fé que nos leva através dos picos e dos vales e nos mostra a completude do evangelho. A fé da qual estou falando é superior a fé que vê vida na morte, provisão na necessidade, água no deserto. Esta fé não busca conquista, ao contrário, ela faz com que você se entregue, se doe, se renda, que se permita ser guiado pelo Espírito Santo.

Jesus avisou que há muitas pessoas que o seguem por causa das manifestações espirituais de curas, de milagres e de maravilhas, em determinado momento ele até se indignou porque a mensagem do evangelho é que o maior milagre é uma vida transformada. É preciso entender que ter fé, quando não há milagres, é um milagre maior do que ter fé para operar milagres.

A fé é o alimento que nutri e fortalece o nosso espírito. Ela aproxima o homem de Deus. A fé não retrocede porque seguir Jesus é um caminho sem volta. Avançar é a única alternativa viável, porque "esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus".

Compare sua vida com o evangelho e veja se há essa fé em você. Abraão experimentou essa fé, ele apenas confiava que onde quer que estivesse Deus o abençoaria. Isto certamente não torna a existência mais fácil, mas com certeza conduz ao lugar onde todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Afinal, eu não sei, mas Ele sabe por mim; eu não vejo, mas Ele vê por mim.

Esse tipo de fé não irá mover montanhas, mas mudará sua vida!


Confira na sua bíblia: Hebreus 10:32-39.

Ulisses Juliano

terça-feira, 27 de julho de 2010

EU SEI, MAS NÃO DEVIA


Por: Marina Colasanti


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.


O texto acima foi extraído do livro "Eu sei, mas não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.

O QUE VAZA EM SUA VIDA?



Aos 14 anos ela descobre sua feminilidade e se percebe mulher capaz de procriar. Entretanto, aquela circunstância deixa de ser um momento e se torna uma constante. A menstruação não para e se transforma em uma hemorragia que perdura por 12 anos. Numa sociedade extremamente machista, com leis rígidas relacionadas à mulher, ela se percebe vazando. Tudo nela vaza, o sangue, a saúde, a sociedade, a juventude, os relacionamentos, os anos, os sonhos, a vida. Sem remédios suficientes ou médicos competentes ela gasta tudo o que tem em tentativas vãs de sarar, de estancar aquele vazamento.

Até que ela ouve falar de um homem que cura. Imediatamente ela quebra todos os protocolos arriscando a própria vida para se aproximar dele no meio de uma multidão. Não obstante, ela entendeu que aquela era sua única opção, portanto, toda sua esperança ela dedicou àquele momento e rompeu toda uma multidão para tocar nas vestes de Cristo.

A cura surge tão instantânea como antes havia iniciado a hemorragia e Jesus a convida para estar frente a frente com Ele e a parabeniza por sua fé.

Nessa pequena história, percebo alguns pontos cruciais:
Avalio que todos temos algum tipo de “vazamento” e que se faz necessário que percebamos onde está vazando em nossa vida;
Vejo que há muitas pessoas que andam perto de Jesus, mas poucos o tocam;
Enxergo que a fé supera quaisquer adversidades;
Percebo que não é necessário ritual;
Noto que quem toca Jesus é conhecido por Ele;
Fico admirado que Deus nunca olha para multidões, Ele se interessa por toques de intimidade, de fé.

Por fim, Jesus olha nos olhos dela e diz: "Filha, a tua fé te salvou. vai-te em paz, e fica livre do teu mal."
Leia Marcos 5:25-34

Ulisses Juliano

quinta-feira, 8 de julho de 2010

NÃO FAZ DIFERENÇA POR QUAL CAMINHO VOCÊ VÁ


E Alice prosseguiu: "Você poderia me dizer, por favor, qual o caminho para sair daqui?"

"Depende muito de onde você quer chegar". Disse o Gato.

"Não me importa muito onde..." foi dizendo Alice.

"Nesse caso não faz diferença por qual caminho você vá." Disse o Gato.

(Lewis Carroll, 1862)